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Parabéns Icatu - 397 anos de lutas e conquistas



Por ASCOM (Prefeitura Municipal de Icatu/MA)

Icatu, significa em língua tupi guarani, “Águas Boas” e está completando 397 anos de idade, sendo o primeiro local no Maranhão habitado por portugueses. Devido a idade, carrega consigo uma grande herança cultural e uma rica e fascinante história.

Tudo teve início quando os portugueses tomaram conhecimento da fundação da França Equinocial na Ilha de São Luís pelos franceses La Ravardiére e Rasilly. Certos de que as terras do Maranhão pertenciam a Portugal, em 1614, os portugueses organizaram um plano para expulsá-los. Então, o primeiro passo foi encontrar um local estratégico mais próximo da Ilha para se instalar e combater os franceses. O militar Melchior Rangel, que compunha a equipe da Armada Milagrosa, encontrou o Sítio Guaxenduba que deu início a hoje cidade de Icatu. O nome do sítio associou-se à batalha de Guaxenduba e esta teve esse nome devido a predominante presença da planta guaxima no local. Os portugueses Jerônimo de Albuquerque e Diogo de Campos se encontravam acampados com suas tropas na foz do rio Periá (atualmente cidade de Primeira Cruz) quando receberam a notícia de Rangel.

Foi no dia 26 de outubro (domingo) de 1614, que a Armada Milagrosa chegou em Guaxenduba. Após acamparem a céu aberto, em meio a desentendimentos, os comandantes Jerônimo e Diogo decidem convocar o engenheiro do Estado Francisco Frias de Mesquita para que o mesmo desenvolvesse a planta de um forte com a finalidade de abrigo e defesa do pessoal. Numa missa rezada no dia 28 de outubro, os padres batizam de Forte de Santa Maria.

Imediatamente os franceses observaram a presença dos portugueses em Guaxenduba e não conformados com essa instalação, juntos com os índios de Upaon - Açu passaram a ameaçar os portugueses. No dia 19 de novembro de 1614, acontece na história a famosa batalha de Guaxenduba.

A vitória dos portugueses é grandiosa, afinal, a tropa portuguesa era bem inferior a dos franceses, eram apenas 170 soldados e 180 índios tapuias contra 400 soldados franceses e mais de 2000 índios tupinambás. A batalha ficou conhecida como “Jornada Milagrosa” e explicada pelos lusitanos como obra do sobrenatural, dizendo ser obra da Virgem Maria, que teria aparecido na batalha para transformar areia em pólvora enchendo os canos das armas portuguesas, ajudando-os a vencer a luta. Para agradecer, os portugueses constróem próximo ao forte de Santa Maria, uma igreja em homenagem a Nossa Senhora da Ajuda, a primeira no Maranhão edificada por portugueses. Em São Luís, Jerônimo de Albuquerque, também em agradecimento ao feito, mandou construir uma igreja maior, sob a invocação de Nossa Senhora da Vitória de Icatu. A imagem de Nossa Senhora da Vitória de Icatu está entronizada na fachada da hoje Catedral Metropolitana e aparece a seguinte expressão latina: “1629. SANCTAE MARIAE DE VICTORIA DICATUM. 1922”.

Após a Batalha de Guaxenduba, é assinado um tratado de trégua pelos comandantes das duas tropas. Jerônimo de Albuquerque trata de fundar o arraial de Santa Maria de Guaxenduba, o primeiro povoamento português em terras maranhenses.

Em novembro de 1615, o general Alexandre de Moura, faz doação de terras de Sesmarias, parte delas destinada para fundação do novo arraial de Santa Maria de Guaxenduba, mais próximo da foz do rio Munim.
Em 1688, através da Provisão Régia, o rei de Portugal decidiu elevar essa localidade a categoria de vila, pois acreditava se tratar de um ponto estratégico, situado a poucos quilômetros da ilha de São Luis. A vila adquiriu o nome de Santa Maria de Icatu. É a segunda vila do Maranhão depois de Alcântara. Com o passsar dos 70 anos, o lugar decaiu completamente, sobrando para seus habitantes somente a pobreza e doenças endêmicas. Devido a isso, os camaristas através do Conselho Ultramarino, insistia em pedidos para que a vila fosse mudada de local. Então, em 1759, o rei de Portugal autoriza a transferência para um local previamente escolhido, onde hoje é a cidade.

No início, houve muita prosperidade na vila, afinal, ela servia de passagem obrigatória dos viajantes e cargas que subiam e desciam o rio Munim, movimentando a economia local. Porém, com a Abolição da Escravatura, o desvio da principal estrada, cujo comércio passou para a povoação de Morros, a abertura de vias ferroviárias e rodoviárias para outras regiões do estado, ela ficou destinada ao esquecimento e totalmente isolada. Dessa época para os dias atuais restaram apenas os dois prédios: a Casa da Câmara e Igreja de Nossa Senhora da Conceição, testemunhas seculares da história icatuense.

Icatu, por ter uma localização estratégica e ser próxima a cidade de São Luís, atraía conflitos e batalhas.

Em 1823, nas Lutas pela Adesão do Maranhão à Independência, a vila foi tomada pelas forças da Junta Governativa Provincial. Após sangrentas lutas, o sargento Antonio Valério de Sousa, conseguiu tomar a vila de volta.

Outro marco importante na história de Icatu, ocorreu no período de 1839 a 184l, na revolta da Balaiada, tanto por servir de aquartelamento das tropas do governo como pela vila ter sido tomada duas vezes pelos rebeldes. Próximo do povoado Ribeira, aconteceu o Combate das Areias que resultou na derrota do governo. No final deste conflito, saiu vitorioso o governo da província. Em frente à Câmara Municipal renderam-se 900 valentes balaios de Francisco Pedrosa. Durante este período, a igreja matriz teve sua torre derrubada. O campanário está descoberto até hoje.

Em 1924, a vila foi elevada à classe de cidade, através da Lei nº. 1.179 de 22 de abril, sancionada pelo governador Dr. Godofredo Mendes Viana. É lamentável, mas a elevação de cidade quase não contribuiu para seu desenvolvimento, o atraso perdurou por várias décadas.

Contudo, somente nos últimos 50 anos para cá, nota-se avanços progressistas como melhoria na educação, saúde, estradas, iluminação pública, cultura e outras áreas, colaborando para a melhor qualidade de vida do povo de Icatu. É importante ressaltar, que nesse período de crescimento e desenvolvimento desta cidade, a administração do prefeito Juarez Alves Lima (boa ou ruim), muito contribuiu e continua contribuindo para o progresso da querida Icatu.
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