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Bacabeira: cidade não tem estrutura para ser pólo industrial

Há 49km da capital, situa-se o município de Bacabeira/MA, criado em 10 de novembro de 1994, emancipando-se de Rosário/MA. Existe no município, hoje, cerca de 14.611 habitante, de acordo com o senso do IBGE de 2007 e cerca de 15 mil eleitores segundo dados da Comarca de Rosário. Mas apesar de novo, o município já é cotado para os maiores empreendimentos do estado.

A refinaria de petróleo da Petrobras será implantada lá. Outro grande empreendimento que está pleiteando o município como sede é a Siderúrgica Mearim. No entanto a cidade não tem infra-estrutura para receber nenhum desses empreendimentos, dada a grande proporção deles.Uma enorme área já está destinada para a criação da siderúrgica.

Segundo os moradores, o grupo empresarial Aurizona empreendimentos S/A, que está com o projeto de construção da Companhia Siderúrgica Mearim no município, “está comprando as áreas de Periz de Cima até o povoado de Gameleira. No entanto, o empreendimento deve ser construído na saída da cidade, entre os povoados de Zé Pedro à Gameleira, já quase no Piauí, tendo como limite a Delegacia de Polícia do município”, explicou um dos moradores, que não quis se identificar. “Muita gente já vendeu seu terreno, eu ainda não vendi. Tenho 62 anos e moro aqui desde pequeno, é muita lembrança. Acho que hoje, eu e mais algumas pessoas que também não venderam suas terras estamos vivendo numa croinha, numa ilha cercada por água”, fala, fechando o punho e relembrando de sua infância, o lavrador Heider Rosa de Jesus.

Cerca de 15 casas ainda não foram vendidas no povoado de Zé Pedro mas, apesar de ainda não haver nenhum tipo de ordem obrigando os proprietários a desabrigar as casas, “eles estão vindo aqui, estão querendo entrar num acordo. Fazem propostas e até que estão sendo pacientes, mas não pretendo vender meu terreno não”, afirma Maria de Fátima moradora do povoado. Maria de Fátima cogita a idéia de venda de seu terreno, mas há outros proprietários que não querem nem ouvir falar mais nisso, este é o caso de Abelardo Santos Júnior proprietário de uma fazenda no povoado e que não quer de jeito nenhum vender seu imóvel, “já bati o martelo, eu vendo minha terra”, afirma convicto.

Impactos
Além do impacto ambiental há também os impactos social, cultural, econômico e emocional que muitas famílias sofrerão. Entretanto, os estudos de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental do projeto foram apresentados no dia 5 de julho do ano passado para o governo do estado. E, segundo os empreendedores, a instalação deverá gerar cerca de quatro mil empregos diretos.

De acordo com o prefeito de Bacabeira, José Venâncio Filho, a empresa que está com o projeto de criação da siderúrgica já se encontra no município desde 1985, “ou seja, 23 anos que já vem comprando os terrenos na região”, mas só há um ou dois anos que a empresa apresentou o projeto da Siderúrgica, quando começaram os processos de licitação.

Mesmo em fase final dos processos de licitações para a instalação da siderúrgica, o prefeito afirma que a cidade não tem capacidade para construção de um projeto tão pretensioso como este, “o governo precisa investir na infra-estrutura da cidade, que não há nenhum tipo de suporte, nem para a população com a instalação da siderúrgica nem para os que virão com ela, é preciso que os governos federal e estadual tenham consciência de que só o governo municipal não tem condições de investir para melhorar a infra-estrutura local”, afirma o prefeito.

Projetos correlatos
Segundo Venâncio Filho, há no próprio projeto da siderúrgica vários outros projetos anexados para melhorar a infra-estrutura da cidade. “Os próprios empresários estão cientes de que a cidade não tem capacidade para abrigar esta instalação”.

Os projetos anexados aos da siderúrgica são para a criação de escolas, casas, hotéis que não existem na cidade. “A infra-estrutura da cidade é compatível com o número de habitantes que há hoje, não para milhares de pessoas que poderão chegar aqui com esse empreendimento, deve haver uma preparação para uma infra-estrutura geral da cidade”, cogita o prefeito.

“O que me preocupa com tudo isso, com toda essa especulação em torno da criação dessa siderúrgica, é que nossa cidade hoje é muito calma, e temo que com a concretização desse projeto culmine na aglomeração de muita gente e acabe criando favelas. Isso tende a acontecer e esse é meu maior temor agora”, desabafa Venâncio Filho.

Quando questionado sobre a criação da refinaria no município o prefeito é enfático. “Ainda não houve nenhum tipo de contato nem do governo nem das empresas que querem instalar esta refinaria aqui, estou sabendo do projeto, mas por meio da imprensa, acredito que o município é promissor e pode crescer muito, mas é preciso comunicação entre os governos”.


(Com informações do Jornal "O Imparcial" - Mayara Barreto).
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3 comentários:

  1. Esse governo Jackson Lago é um desastre só, pior mesmo só o governo municipal daqui de Rosário que acha que agente somos otários para reeleger o pior prefeito que a cidade já teve.

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  2. Bacabeira só avançou agora depois que Venâncio deu o ponta pé em Reinaldo Calvet.

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  3. É muito bom a nossa cidade ter um gestor que se preocupe realmente com a população, não só pensando nos impostos que tamanhos empreendimentos possam propiciar, mais sim na qualidade de vida da nossa gente, valeu venâncio!

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