POR GUTEMBERG BOGÉA
Encontro dos Clarins
A festa reuniu a nata do sotaque da região do Munim e atrações especiais que abrilhantaram ainda mais a segunda versão do encontro que a cada ano que passa se firma no calendário folclórico do Maranhão
Um evento que veio para ficar e, quem sabe, servir de roteiro turístico no Estado, realizada logo no primeiro sábado após o encerramento do período junino da capital, já pode ser considerado uma das grandes festas do Estado. O “Encontro dos Clarins”, confraternização de bumba-bois que acontece na cidade de Rosário, a 75km da capital, São Luís.
O município recebe tradicionais grupos de orquestra, mostrando um verdadeiro sotaque, contagiante da região, embalados por antigos e futuros músicos, visto o sotaque de orquestra ser responsável pelo surgimento de centenas de instrumentistas de sopro existentes no Maranhão.
Aquilo que poderia ser mais um evento comum de festa junina no interior do Estado, ganhou ares de uma grande noite folclórica, e é responsável hoje pelo encontro de tradicionais cantores de toadas do sotaque de orquestra, embalados pelo ritmo contagiante das zabumbas, maracás, tambores de onças e metais.
A reportagem do JP Turismo fez uma rápida viagem no ultimo sábado com destino à cidade de Rosário, a convite do Algazzara Produções (leia-se, Tote Produções) e do Boi Mocidade de Rosário, na pessoa de duas grandes figuras artísticas da cidade rosariense, Luzian Fontes e Hamilton Misteira.
Chegando à cidade já podíamos ver o clima que o “Encontro dos Clarins” proporcionaria aquele município naquela noite estrelada. Indumentárias de todas as cores e os sons dos mais diversos instrumentos de sopro circundavam o grande arraial da cidade, conhecido como Parque José Nazzar. Trombones, sax, pistons, davam o tom do que seria a noite dos bumba-bois de orquestras pelo segundo ano consecutivo.
Ao cruzarmos a entrada do parque já podíamos ouvir a voz inconfundível do cantor e compositor, Roberto Ricci e seu mágico violão, dando os primeiros acordes do show de músicas folclóricas destinadas ao publico presente, Roberto não seria o primeiro, pois pela quadra do grande arraial, já havia acontecido a abertura da festa com a Dança do Boiadeiro da Cidinha, da cidade de Rosário. O primeiro grupo de orquestra a se apresentar no grande palco montado no parque foi o boi Novilho Novo da cidade de Santa Rita.
Um destaque especial para o grande apresentador oficial, Ribamar Lisboa , que há 35 anos anima o arraial da cidade de Rosário, presente com sua exuberância e carisma, enaltecendo sempre a todos os participantes da festa e principalmente a cultura maranhense.
Caminhando pelo parque, vendo um verdadeiro arraial com barracas de palha padronizadas e caminhando no terreiro, verdadeiro piso para um arraial folclórico, ainda mais sendo a brita uma produção local, mineral este extraído da região, sempre eram possíveis encontros com músicos afinando instrumentos de sopro, tirando acordes, fazendo introduções musicais, como se o parque fosse um grande palco a céu aberto. Numa dessas caminhadas encontramos Wagner Damião, axixaense, procurando notas em seu trompete e que pela primeira vez estava ali representando o boi de Axixá, nos falou da importância da festa: “eventos como esses acabam abrindo as portas para muitos músicos, pois a partir deles os grupos de orquestras revelam talentos nas suas cidades”.
Para o produtor cultural, Antônio Carlos (Tote), “na verdade o encontro é uma confraternização do sotaque de orquestra, haja vista existir esse tipo de encontro em outros sotaques do bumba-boi, como no João Paulo entre os bois de matraca, no Monte Castelo com os grupos de zabumba e na tradicional festa de São Pedro, na capela que leva o mesmo nome, no dia 29/06 onde são reunidos grupos das mais variadas vertentes rítmicas, e o “Encontro dos Clarins” veio preencher essa lacuna, e nada melhor do que a cidade de Rosário, onde tudo começou, com essa multidão de gente acompanhando esses grupos tradicionais. O boi de Barbosa se apresentando ali, o grupo do boi de Axixá dançando numa barraca, o de Nina em outra, isso tudo rolando enquanto cada um aguarda as suas apresentações, além de todo um ambiente familiar proporcionado pelos brincantes. Aqui você vê turistas, pessoas de cidades vizinhas, pessoas de São Luís, numa grande celebração do sotaque de orquestra, uma maravilha”.
Um dos pontos altos da festa foi à apresentação do boi de Barbosa, surgido no povoado de Mutum na década de 60, um dos mais antigos registrados, que sob o comando do maestro Nonato fez uma belíssima apresentação levando os presentes ao delírio com seu final apoteótico, onde o cantador finaliza com um bordão “vai acabar, vai acabar, acabooooooooooo”, tudo numa sincronia de voz e instrumental perfeita.
A festa continuou pela madrugada e o boi Mocidade de Rosário adentrou o arraial interpretando toadas que fizeram da brincadeira uma grande referência também no sotaque de orquestra, na capital, principalmente na década de 90 quando a cada ano numa sexta-feira antes do São João realizava o projeto “Quebrando a Rotina”, se concentrando na praça João Lisboa, subindo a rua Oswaldo Cruz, em direção a Praça Deodoro.
Logo após o boi da Mocidade, o publico presente foi agraciado com apresentação de mais um convidado da noite o boi Pirilampo do bairro da Cohab que distribui CDs e fez uma belíssima e animada noitada.
A noite foi coroada com a apresentação do boi de Axixá, uma das mais autênticas manifestações folclóricas do Estado, que na voz dos amos, Luis Lima, Antônio Leite e o eterno símbolo da toadas de orquestras, Donato, juntos balançaram o parque cantando, toadas como, “Guarnicê”, “Lá vai”, “Chegada”, “Índia Guerreira”, “Menina Linda”,“ Touro Famoso”, “Bela Mocidade”, entre outras obras primas do sotaque, uma noite de magia.
Para finalizar o “2º Encontro dos Clarins” subiram ao palco brincantes do bumba-meu-boi de Nina Rodrigues, que com um repertório eletrizante de sua orquestra, e a energia dos amos, Joelson Braga, Cláudio Ribeiro e Tais Moreno, puseram ainda mais gás na rapaziada, fazendo com que todos se deliciassem com a leveza e beleza das lindas índias do grupo que é uma das sensações do São João maranhense.
Uma grandiosa festa que tem tudo para ficar de vez no calendário de eventos do Estado e que pode proporcionar roteiros indescritíveis para o turismo local, pois a cidade possui uma boa rede de hotéis e pousadas para pernoite, criando a partir dali roteiros para cidades como Barreirinhas, Morros, Axixá, Santa Amaro, Humberto de Campos e tantas outras cidades de belas belezas naturais.
Encontro dos Clarins
A festa reuniu a nata do sotaque da região do Munim e atrações especiais que abrilhantaram ainda mais a segunda versão do encontro que a cada ano que passa se firma no calendário folclórico do Maranhão
Um evento que veio para ficar e, quem sabe, servir de roteiro turístico no Estado, realizada logo no primeiro sábado após o encerramento do período junino da capital, já pode ser considerado uma das grandes festas do Estado. O “Encontro dos Clarins”, confraternização de bumba-bois que acontece na cidade de Rosário, a 75km da capital, São Luís.
O município recebe tradicionais grupos de orquestra, mostrando um verdadeiro sotaque, contagiante da região, embalados por antigos e futuros músicos, visto o sotaque de orquestra ser responsável pelo surgimento de centenas de instrumentistas de sopro existentes no Maranhão.
Aquilo que poderia ser mais um evento comum de festa junina no interior do Estado, ganhou ares de uma grande noite folclórica, e é responsável hoje pelo encontro de tradicionais cantores de toadas do sotaque de orquestra, embalados pelo ritmo contagiante das zabumbas, maracás, tambores de onças e metais.
A reportagem do JP Turismo fez uma rápida viagem no ultimo sábado com destino à cidade de Rosário, a convite do Algazzara Produções (leia-se, Tote Produções) e do Boi Mocidade de Rosário, na pessoa de duas grandes figuras artísticas da cidade rosariense, Luzian Fontes e Hamilton Misteira.
Chegando à cidade já podíamos ver o clima que o “Encontro dos Clarins” proporcionaria aquele município naquela noite estrelada. Indumentárias de todas as cores e os sons dos mais diversos instrumentos de sopro circundavam o grande arraial da cidade, conhecido como Parque José Nazzar. Trombones, sax, pistons, davam o tom do que seria a noite dos bumba-bois de orquestras pelo segundo ano consecutivo.
Ao cruzarmos a entrada do parque já podíamos ouvir a voz inconfundível do cantor e compositor, Roberto Ricci e seu mágico violão, dando os primeiros acordes do show de músicas folclóricas destinadas ao publico presente, Roberto não seria o primeiro, pois pela quadra do grande arraial, já havia acontecido a abertura da festa com a Dança do Boiadeiro da Cidinha, da cidade de Rosário. O primeiro grupo de orquestra a se apresentar no grande palco montado no parque foi o boi Novilho Novo da cidade de Santa Rita.
Um destaque especial para o grande apresentador oficial, Ribamar Lisboa , que há 35 anos anima o arraial da cidade de Rosário, presente com sua exuberância e carisma, enaltecendo sempre a todos os participantes da festa e principalmente a cultura maranhense.
Caminhando pelo parque, vendo um verdadeiro arraial com barracas de palha padronizadas e caminhando no terreiro, verdadeiro piso para um arraial folclórico, ainda mais sendo a brita uma produção local, mineral este extraído da região, sempre eram possíveis encontros com músicos afinando instrumentos de sopro, tirando acordes, fazendo introduções musicais, como se o parque fosse um grande palco a céu aberto. Numa dessas caminhadas encontramos Wagner Damião, axixaense, procurando notas em seu trompete e que pela primeira vez estava ali representando o boi de Axixá, nos falou da importância da festa: “eventos como esses acabam abrindo as portas para muitos músicos, pois a partir deles os grupos de orquestras revelam talentos nas suas cidades”.
Para o produtor cultural, Antônio Carlos (Tote), “na verdade o encontro é uma confraternização do sotaque de orquestra, haja vista existir esse tipo de encontro em outros sotaques do bumba-boi, como no João Paulo entre os bois de matraca, no Monte Castelo com os grupos de zabumba e na tradicional festa de São Pedro, na capela que leva o mesmo nome, no dia 29/06 onde são reunidos grupos das mais variadas vertentes rítmicas, e o “Encontro dos Clarins” veio preencher essa lacuna, e nada melhor do que a cidade de Rosário, onde tudo começou, com essa multidão de gente acompanhando esses grupos tradicionais. O boi de Barbosa se apresentando ali, o grupo do boi de Axixá dançando numa barraca, o de Nina em outra, isso tudo rolando enquanto cada um aguarda as suas apresentações, além de todo um ambiente familiar proporcionado pelos brincantes. Aqui você vê turistas, pessoas de cidades vizinhas, pessoas de São Luís, numa grande celebração do sotaque de orquestra, uma maravilha”.
Um dos pontos altos da festa foi à apresentação do boi de Barbosa, surgido no povoado de Mutum na década de 60, um dos mais antigos registrados, que sob o comando do maestro Nonato fez uma belíssima apresentação levando os presentes ao delírio com seu final apoteótico, onde o cantador finaliza com um bordão “vai acabar, vai acabar, acabooooooooooo”, tudo numa sincronia de voz e instrumental perfeita.
A festa continuou pela madrugada e o boi Mocidade de Rosário adentrou o arraial interpretando toadas que fizeram da brincadeira uma grande referência também no sotaque de orquestra, na capital, principalmente na década de 90 quando a cada ano numa sexta-feira antes do São João realizava o projeto “Quebrando a Rotina”, se concentrando na praça João Lisboa, subindo a rua Oswaldo Cruz, em direção a Praça Deodoro.
Logo após o boi da Mocidade, o publico presente foi agraciado com apresentação de mais um convidado da noite o boi Pirilampo do bairro da Cohab que distribui CDs e fez uma belíssima e animada noitada.
A noite foi coroada com a apresentação do boi de Axixá, uma das mais autênticas manifestações folclóricas do Estado, que na voz dos amos, Luis Lima, Antônio Leite e o eterno símbolo da toadas de orquestras, Donato, juntos balançaram o parque cantando, toadas como, “Guarnicê”, “Lá vai”, “Chegada”, “Índia Guerreira”, “Menina Linda”,“ Touro Famoso”, “Bela Mocidade”, entre outras obras primas do sotaque, uma noite de magia.
Para finalizar o “2º Encontro dos Clarins” subiram ao palco brincantes do bumba-meu-boi de Nina Rodrigues, que com um repertório eletrizante de sua orquestra, e a energia dos amos, Joelson Braga, Cláudio Ribeiro e Tais Moreno, puseram ainda mais gás na rapaziada, fazendo com que todos se deliciassem com a leveza e beleza das lindas índias do grupo que é uma das sensações do São João maranhense.
Uma grandiosa festa que tem tudo para ficar de vez no calendário de eventos do Estado e que pode proporcionar roteiros indescritíveis para o turismo local, pois a cidade possui uma boa rede de hotéis e pousadas para pernoite, criando a partir dali roteiros para cidades como Barreirinhas, Morros, Axixá, Santa Amaro, Humberto de Campos e tantas outras cidades de belas belezas naturais.
Com informações do Jornal Pequeno: http://www.jornalpequeno.com.br/2008/7/11/Pagina82394.htm
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