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Alerta! Barbeiros contamidados com a Doença de Chagas foram encontrados em Rosário e Axixá


Por Renato Waquim


Valter Costa Sousa da Secretaria Regional de Saúde informou ao RN que foram recolhidos barbeiros em Rosário e Axixá, em todas as amostras continham o protozoário Trypanossoma Cruzi que é o causador da Doença de Chagas.

Em Rosário uma mulher chegou a ser internada com suspeita da doença, mas exames realizados deram negativo. O povoado de Itamirim é o local de maior incidência em Rosário. Segundo Valter (que também é presidente do PT de Rosário) o momento não é de pânico e sim de prevenção! Ele afirmou também que o maior perigo está na cidade de Axixá onde a população não tem o costume de escaldar a água usada na preparação da Juçara (açaí).

As áreas mais pobres onde existem casas de pau a pique e condições de infra-estrutura precárias, além das palmáceas são os locais onde estão sendo encontrados os barbeiros, são regiões que favorecem a proliferação. “A falta de infra-estrutura é uma das principais causa da proliferação da doença e isso torna o combate uma questão que não pode ser restrita a área de Saúde Pública”, disse Valter que afirmou ainda que “a secretária já informou o caso ao Ministério da Saúde e uma ação contra o barbeiro contaminado está sendo realizada com a aplicação de inseticidas, a população está sendo informada sobre a Doença de Chagas e sua prevenção”.

A gravidade da doença aliada as suas conseqüências individuais e sociais e também a dificuldade de tratamento fazem da prevenção caráter fundamental. Aplicar inseticidas não significa que o barbeiro não aparecerá novamente. Neste sentido a participação da população se torna fundamental, notificando aos setores competentes o encontro de insetos suspeitos.




A Biologia explica:


Panorama
A tripanossomíase americana, ou doença de Chagas - como foi chamada pelo médico brasileiro que a descreveu no começo do século XX -, é comum em todos os 17 países das Américas Central e do Sul. Do México ao Chile, ela ameaça um quarto da população da América Latina. Estima-se que 18 milhões de pessoas estejam vivendo com o parasita no sangue e cerca de 100 milhões de pessoas estejam sob risco de infecção em 21 países das Américas Latina e Central. Em Honduras, por exemplo, 1,8 milhões de pessoas habitam áreas endêmicas, e acredita-se que 300 mil estejam infectadas com a doença.

As pessoas mais afetadas pela doença de Chagas são as muito pobres, que vivem em casas de pau-a-pique, um habitat perfeito para os insetos. A doença de Chagas mata cerca de 50 mil pessoas todos os anos no continente americano e é a terceira enfermidade tropical mais prevalente, depois da malária e da esquistossomose.


Causa
A doença de Chagas, ou tripanossomíase americana, é causada pelo Trypanosoma cruzi, um parasita transmitido aos humanos e a outros mamíferos por insetos hematófagos (triatomíneos) tais como os da família do barbeiro. Ela também pode ser transmitida por transfusão de sangue contaminado ou ainda de mãe para filho, na gravidez. Estes insetos vivem nas paredes e telhados de habitações precárias, normalmente encontradas em áreas rurais pobres ou em favelas, por toda a extensão das Américas Latina e Central. Quando pica, o inseto infectado deposita fezes sobre a pele da pessoa, que ao coçar o local permite que o parasita atravesse a pele e penetre na corrente sanguínea.


Sintomas
A picada do inseto é raramente visível e, durante a fase aguda, somente as crianças costumam apresentar sintomas, tais como febre, inchaço do rosto ao redor da picada, aumento das glândulas linfáticas, que ficam doloridas, e aumento do fígado e baço. Na população adulta, a grande maioria dos pacientes permanece assintomática, desconhecendo que está doente. Apenas cerca de 1% dos casos agudos são diagnosticados, e o parasita é capaz de se multiplicar no corpo do hospedeiro durante anos ou mesmo décadas, sem que a vítima tome conhecimento da infecção. Em cerca de um terço das infecções agudas, há evolução para as formas crônicas, que se desenvolvem 10-20 anos mais tarde. Quando a fase crônica começa, normalmente já é muito tarde para o tratamento: os sintomas de comprometimento cardíaco ou as sérias disfunções do esôfago e cólon podem ser irreversíveis. Os pacientes ficam cada vez mais doentes e podem sofrer morte súbita por insuficiência cardíaca. A expectativa de vida diminui em cerca de nove anos. É portanto vital desenvolver novos métodos para detectar a doença de Chagas no seu estágio inicial.


Tratamento
O Nifurtimox e o Benzonidazol são os dois únicos medicamentos existentes para o tratamento da doença de Chagas. Nenhum dos dois é considerado ideal devido a uma série de restrições:

(a) baixa eficácia na fase crônica da doença;
(b) significativas variações regionais na eficácia, devido ao surgimento de resistência do T. cruzi;
(c) alta taxa de abandono do tratamento devido aos efeitos colaterais causados pelos medicamentos;
(d) longo período de tratamento (30 a 60 dias);
(e) necessidade de monitoramento sob supervisão médica especial. Em países pobres, onde não é possível estabelecer programas de detecção em massa e o tratamento é muito caro, crianças com menos de 12 anos são normalmente as únicas a receberem tratamento. As crianças têm uma chance maior de se beneficiarem com o tratamento, por ser menos provável que desenvolvam lesões crônicas.

Há pouquíssima pesquisa sendo desenvolvida atualmente para encontrar medicamentos menos tóxicos e mais eficazes que possibilitem o tratamento de pacientes com doença de Chagas de todas as idades.


Prevenção
Programas de controle de vetores são caros e não apresentam a resposta adequada para a crise médica e socioeconômica que a doença de Chagas causa em muitos países da América Latina. A prevenção sozinha não é suficiente pois não tem impacto sobre as pessoas já infectadas pela doença. Na verdade, a prevenção ideal consistiria em melhorar as condições das populações em risco. A doença de Chagas impede o desenvolvimento econômico de países da América Latina, causando sérias deficiências e mortalidade principalmente em adultos jovens, que estão no auge de suas vidas produtivas e não podem ser tratados com os medicamentos existentes.
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