Com o aumento de casos de calazar, todo cuidado é pouco

Segundo especialistas, um dos fatores que contribuem com a incidência da doença é a falta de saneamento básico na região, a esburacada Rosário, Barreirinhas, Morros, Bacabeira, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e São Luís concentram grande parte dos casos atualmente registrados no norte do estado.

Estudos realizados pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Ministério da Saúde do Brasil, confirmam que o Maranhão juntamente com o Ceará, Bahia e Piauí, constituem os estados brasileiros com maiores prevalências de calazar.

Em nosso meio, a invasão do calazar pode ser explicada: pelas condições geográficas, sobretudo climáticas representadas pela alta pluviosidade, que favorece biologicamente os criadouros de flebotomíneos. Outros fatores, tais como as profundas alterações que sofreu a região de Rosário próxima ao Rio Itapecuru com seu desmatamento/poluição além dos abandonos dos governos municipais para com as ruas, Em Barreirinhas nos lençóis com a chegada desordenanada dos empreendimentos turisticos, já ilha após o governo do Estado, à época, ceder extensas áreas para implantação dos pólos industriais da Companhia Vale do Rio Doce e da Indústria de Alumínio do Maranhão e, com isso, deslocando milhares de famílias que foram fazer assentamentos e se instalaram em condições inadequadas de saúde e saneamento.

A desestabilização dos ecótopos da Lutzomya longipalpis, o mais importante transmissor do calazar em nosso meio, e a concomitante mobilização da população canina, reservatório da Leishmania chagasi, completam a cadeia epidemiológica de uma doença que se tornou endêmica em solo maranhense.

Em Rosário o lixo é um grave problema ambiental para a população com a exposição de animais mortos dificultando os transportes, gerando também uma série de problemas de saúde (o calazar é apontado como um dos maiores problemas da cidade de Rosário), além da questão estética, mau cheiro e, principalmente agressão visível ao meio ambiente. Rosário precisa ter coleta de lixo séria e permanente, que não fique somente nas proximidades de eleições e nos terrenos baldios.


Por Renato Viana Waquim
(C. Biológicas - UFMA)
Membro do Movimento Jovens Vigilantes
MSN: rosarionoticias@hotmail.com
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