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Cultura: Tributo a Seu Machado

Em 09 de fevereiro de 2002, encerrou-se a vida de um homem que se doou por inteiro, corpo e alma, na defesa e preservação da cultura popular maranhense. João José de Sousa Machado, o “seu” Machado, deixava o rol dos vivos, como merecedor de todas as homenagens possíveis que população e poderes constituídos do Maranhão lhe poderiam prestar.

Nascido em São José de Ribamar(MA), em 31/07/1920, “seu” Machado, desde cedo, acompanhava o bumba-meu-boi da Madre Deus e, depois de servir o Exército Nacional, foi um dos fundadores da Casinha da Roça – tradicional carro alegórico que desfila pelas ruas de São Luís, durante o carnaval. Motorista profissional, em 1972 se transferiu para Rosário, onde fixou residência e colocou sua vivência cultural a favor da cultura rosariense. Talvez, em função do amor e da defesa de nossas tradições, em 1973 ele funda, com outros companheiros, a Sociedade Recreativa Bumba-meu-Boi de Rosário.

Ali, fazia de tudo: bordava chapéus, compunha as toadas e ensaiava todo o roteiro do auto folclórico. Numa simbiose perfeita, “seu” Machado era inspiração e a canção, era corpo e espírito de um folguedo ao qual se entregava, diuturnamente, na busca da melhor apresentação e do reconhecimento público. Vivendo para o “boi”, “seu” Machado, homem de poucas rendas, se transformava num autêntico Mecenas. Ajudava uns, fornecia alimento a outros; mas, sempre privilegiando as crianças, pelas quais tinha uma profunda afeição.

Seus méritos ultrapassam os limites de Rosário, e não era raro vê-lo ao lado de personalidades como Zelinda Lima, o falecido poeta Valdelino Cécio, a professora Michol, e outras mais. Hoje, pouco mais de cinco anos de seu falecimento, não se nota, no poder público e nas instituições culturais, o menor empenho em preservar-lhe a memória. Em sua residência ainda se encontra um enorme acervo de fotos e registros da vida urbana e social de Rosário. Um material precioso que poderia ser legado à posteridade – para efeito de estudos e pesquisas – desde que a Prefeitura Municipal, através de sua Secretaria da Cultura, desde que exista e funcione, se encarregasse de sua preservação, através de uma fundação cultural. Também os nossos vereadores deveriam se sensibilizar diante do legado cultural de “seu” Machado, colocando seu nome a uma das ruas da cidade – que já homenageou tanta gente de tão poucos méritos.
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2 comentários:

  1. É isso aí Renato, concordo plenamente com o que você escreveu.
    Rosário precisa resgatar, preservar e valorizar seu patrimônio cultural.
    Um grande abraço a todos.

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  2. Seu machado merece todo o nosso respeito e adimiração.

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