Denúncia: Gerdau vai transformar 42 mil hectares de florestas em carvão

Nada menos que 39 entidades de 21 municípios, que constituem o Fórum em Defesa da Região do Baixo Parnaíba

Um crime ecológico de graves proporções vai ocorrer no Maranhão, conforme afirmou a deputada Helena Barros Heluy, se os agentes públicos não tomarem providências urgentes.

Nada menos que 39 entidades de 21 municípios, que constituem o Fórum em Defesa da Região do Baixo Parnaíba, estão denunciando um projeto de produção de carvão vegetal da empresa Gerdau. A empresa ocupa 72 mil hectares em 8 municípios. Destes 72 mil, 42 mil hectares serão desmatados e transformados em carvão.

As denúncias vão mais longe: as entidades informam que o Governo escondeu o levantamento fundiário feito pelo Iterma e garantem que o Estudo e Relatório de Impactos Ambientais (EIA/RIMA) omitem informações propositadamente para aprovar a realização do projeto de reflorestamento da Gerdau. Segundo Helena Heluy, audiências públicas sobre essa questão, que deveriam ter acontecido nos dias 25 e 26 de abril, foram adiadas pelo governador, atendendo pedido das próprias entidades.

O pedido de adiamento das audiências teve o objetivo de corrigir as irregularidades do procedimento e promover um levantamento fundiário capaz de trazer informações dos impactos do projeto sobre apossamentos rurais na área. Como o ITERMA não publicizou o estudo, as organizações civis, em requerimento enviado ao governo do Estado no dia 5 de setembro, solicitaram que novamente se decidisse pelo adiamento das audiências públicas.

As audiências acabaram acontecendo nos dias 12 e 13 de setembro. Mas a Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos denuncia que não houve divulgação dos locais e datas pela Secretaria do Meio Ambiente e pela Gerdau. Assim, as audiências se concentraram apenas nos municípios de Urbano Santos e Santa Quitéria, inviabilizando a participação das comunidades rurais atingidas pelo projeto nos outros municípios.

Em discurso na Assembléia, a deputada Helena Barros Heluy condenou a determinação de agredir e ferir o Meio Ambiente e destacou a luta do Fórum em Defesa do Baixo Parnaíba que, segundo ela, "está remando contra a maré do grande capital". "São 72 mil hectares em 21 municípios, 42 mil serão totalmente desmatados e transformados em carvão", alertou.

Helena se perguntou se os agentes públicos, os agentes políticos, não têm condições de barrar esse projeto e condenou a insensibilidade diante do grande capital. "Comunidades inteiras serão jogadas para longe, será o fim da prática do extrativismo na região. Mas não se trata apenas do direito ao trabalho. Trata-se, principalmente, do direito à vida, á respiração", finalizou.

Share on Google Plus

About RN